Na perspectiva da Suprema consciência (ou
"inconsciência", se preferir... uma vez que não há nada ausente - "do
lado de fora" - dela mesma, para que possa ser conscientizado... tão
somente a inefável e escandalosamente incompreensível unicidade plena e
absoluta...), nada está acontecendo. Bem, enquanto isso, o "show" deve
continuar "cá embaixo". Talvez a origem de toda essa dramaturgia à nossa
volta esteja relacionada ao "desejo" (?) da Causa Ancestral (nomes e
mais nomes...) de expressar diversidade, inclusive a sensação de encanto
consigo mesma, com todas as suas implicações. Desnecessário dizer que
essa "auto-limitação" (que aparentemente fragmenta e individualiza o
indivisível...) que A Fonte "impõe" (?) a Si mesma, estabelece os
quadrantes dessa tela infinita na qual desenrolam-se todos os roteiros.
Ainda que o processo não pareça lá muito democrático (postular o
contrário me parece metafisicamente insustentável), é menos desolador, e
até reconfortante, acreditar que temos um papel de certa relevância na
economia cósmica... ainda que esta função se limite a escrever
especulações enviesadas que nem essa (bom, cada um inventa a sua forma
particular de legitimar e dar algum significado à sucessão de sonhos,
imagens, registros, desenhos, sensações, impressões que parecem
acontecer "do lado de fora"...). A mente, ao debruçar-se sobre si mesma,
invariavelmente chega a conclusão de que não pode compreender tudo (ou
nada...), inclusive ela (?) mesma... O Coração (fora da poesia não há
redenção), esse sim, a tudo percebe, entende, transcende, compreende...
Vejo todo o Universo em uma Flor... de Lis...
Hindy Carvalho (de Lis...)